O evento é uma realização do Grupo de Jongo Tambores de Machadinha, com apoio da Prefeitura, através da Coordenadoria de Políticas para Igualdade Racial, e envolve almoço, roda de conversa, apresentação de jongo, barracas de comidas típicas e shows. O evento foi uma reflexão ao Dia da Abolição da Escravatura, lembrado em 13 de Maio.
A festa começou com as apresentações da Escola Municipal Felizarda Maria Conceição Azevedo e da Banda de Lata Maria Josefa Souza Pessanha. A Missa Afro em ação de graças foi celebrada na área do Memorial pelo Padre Mauro.
Na sequência, a roda de conversa “E a titulação das terras, como anda?” chamou atenção do público para discutir todo processo aberto no Incra. Logo em seguida foi servida a tradicional feijoada, show de Samba Cartola, contação de histórias quilombolas, oficina de Jongo, acendimento da fogueira e Roda de Jongo Tambores de Machadinha e show de Régis Neto.
O vice-prefeito Marcelo Batista parabenizou a comunidade por manter viva a importante festa cultural.
“A Feijoada da Liberdade reforça vários tipos de manifestações culturais que estão presentes na nossa Quissamã. Só temos que parabenizar toda comunidade de Machadinha por sempre manter a tradição desta linda festa”, disse.
A coordenadora de Políticas para Igualdade Racial, Jovana Azevedo, destaca que a Feijoada da Liberdade vai além do entretenimento. A festa discute pautas importantes, como racismo, e atrai turistas, o que contribui para o desenvolvimento econômico da região e promove o intercâmbio cultural entre visitantes e membros da comunidade
“Sentimento é de gratidão pela participação de todos, onde a gente conseguiu falar sobre temas importantes, como a titulação das terras, luta contra o racismo, mas também a geração de emprego e renda dentro da própria comunidade. É uma festa que é 100% de pessoas da comunidade que trabalham, então é muito bom para a gente, atrair esse desenvolvimento econômico e o turismo, com pessoas de vários lugares que vêm acampar, brincam com a gente e conhecem um pouco da nossa comunidade. Fizeram também o pernoite, com nossas hospedagens, que são dentro da própria comunidade, todas esgotadas”, disse.
A professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Flávia Silva, vai apresentar um projeto para a promoção da igualdade racial e está em Machadinha desde quarta-feira (8) para conviver com os moradores, especialmente mulheres quilombolas, como parte da imersão na comunidade.
“Estou na Feijoada da Liberdade não só para comemorar esses anos de luta e resistência desse povo, mas também para apresentar um projeto do Ministério da Igualdade Racial, junto com a nossa Universidade, sobre a formação de agentes de promoção da igualdade racial pelo turismo étnico. A ideia é que uma das comunidades desse Brasil todo seja o Complexo da Machadinha, que receba esse projeto de formação e para isso a gente chegou aqui no início da semana, estamos aí em diálogo com a Jovana, com a gestão municipal, e a gente chega no início da semana para começar essa imersão na comunidade. Estamos aqui comendo com a comunidade, dormindo na casa de uma dessas moradoras, uma dessas mulheres quilombolas, e eu acho que a Feijoada da Liberdade vem pra culminar nesse momento de festa, de comemoração, mas principalmente de luta e resistência desse povo”, destacou.
Também estiveram presentes os vereadores Aílson Barreto e Cássio Reis, a Secretária de Assistência Social, Tânia Magalhães, e a subsecretária Valquíria Barcelos, a Secretária de Educação, Helena Lima, o Chefe de Gabinete, Luciano Lourenço, entre outras autoridades.