Com o objetivo de combater a hanseníase e manter a doença zerada no município, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Programa de Controle da Hanseníase, lançou nesta quarta-feira (11), no Centro de Saúde Benedito Pinto das Chagas, a Campanha Municipal de Luta contra a Hanseníase – Janeiro Roxo, que tem o objetivo de incentivar a prevenção e divulgar o trabalho desenvolvido gratuitamente no combate à doença. O último caso foi detectado em dezembro de 2021, em que o paciente recebeu alta após um ano.
Durante todo mês, os serviços de saúde vão intensificar as ações de diagnóstico, enfrentamento ao preconceito e de conscientização da população sobre os principais sintomas da hanseníase. Todas as Unidades de Saúde da Família – USF darão uma atenção especial ao assunto com atividades educativas e atendendo pacientes que apresentam sinais da doença.
A hanseníase é uma doença com bastante incidência no Brasil. Sua transmissão é aérea, de contato com pessoas próximas que estão doentes e sem tratamento. Foi conhecida durante muitos anos como lepra, uma terminologia preconceituosa. Ela afeta primariamente a pele, os nervos e é causada pela bactéria Mycobacterium leprae. “A campanha tem o intuito de contribuir com a conscientização, prevenção e tratamento precoce da hanseníase. Se uma pessoa apresentar manchas dormentes, de cor esbranquiçada, avermelhada ou parda, é importante procurar um serviço de saúde para que o quadro possa ser avaliado”, disse a enfermeira do programa, Ruth Méia Nunes.
Em Quissamã, a porta de entrada dos atendimentos são as USF’s, que estão espalhadas tanto pelos bairros, quanto pelas comunidades e contam com equipes multiprofissionais para analisar e tratar a hanseníase. Apesar de ser uma doença antiga, o problema ainda atinge quase 30 mil pessoas por ano no Brasil, um número expressivo.
A dermatologista Janine Franklin, explica a forma de contágio. “A hanseníase possui formas contagiosas, que são chamadas multibacilares, e não contagiosas, conhecidas como paucibacilares. A transmissão da doença acontece pelo ar, sobretudo em situações de contato próximo. Apesar disso, a maioria da população consegue se defender naturalmente da bactéria, no entanto, cerca de 10% da população não tem esses mecanismos de proteção e pode adoecer”, disse.
O diagnóstico da hanseníase é essencialmente clínico. Dessa forma, o médico consegue diagnosticar a doença apenas por meio do exame físico do paciente. Embora não seja necessário para o diagnóstico, exames complementares podem ser necessários, como baciloscopia e biópsia de pele, e o tratamento é feito com antibióticos. É importante que o paciente siga o tratamento de maneira regular até o fim para que se cure de forma definitiva, não permitindo o retorno da doença. Quanto antes o tratamento for iniciado, menor o risco de sequelas. Aqueles que tiverem manchas reincidentes na pele, podem ser examinados no dia 1 de fevereiro, no Centro de Saúde.
Confira a programação do mês:
12/01 às 9h e às 14h – Palestra no Centro de Saúde com assistente social, Isabel Aparecida Lima Alves e enfermeira Ruth Nunes.
16 a 27 – Palestras nas Unidades de Saúde da Família – USF com divulgação da campanha e orientação para exame de manchas suspeitas.
25/01 às 19h30 – Palestra na Igreja Batista com a enfermeira Alessandra Campos.
29/01 – DIA “D” – Dia Mundial de Luta contra Hanseníase: Divulgação em algumas igrejas do município com orientação para exame de manchas suspeitas.
31/01 às 9h – Encerramento da Campanha com Palestra no Centro de Saúde, ministrada pela enfermeira Ruth Nunes e pela fisioterapeuta Maria Clara Longui.
31/01 às 14h – Atividade educativa no CAPS com a equipe do programa.
01/02 das 9h às 13h – Exame da pele na população para avaliação de manchas, com a Dermatologista Janine Franklin no Centro de Saúde.