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Machadinha é primeiro lugar no RJ do Campeonato Nacional Quilombola de Poesia Falada

Mulher preta, quilombola, esposa, mãe, avó, professora, mestre jongueira, contadora de histórias, escritora e agora, poetisa. Esses são apenas alguns dos muitos predicados de Dalma dos Santos Ricardo, que tem suas raízes fincadas em Machadinha, Quissamã.

Aos 61 anos, ela surpreendeu-se ao conquistar mais uma conquista em sua trajetória de vida: o primeiro lugar no Rio de Janeiro do Campeonato Nacional Quilombola de Poesia Falada, promovido pela Fluprj – Festa Literária das Periferias. O evento, que aconteceu em novembro, no Circo Voador, no Rio de Janeiro, contou com o patrocínio do Ministério da Cultura e da Shell.

Dalma também se destacou entre os 4 melhores do Brasil, superando participantes de outros estados. Ela comemora a descoberta de sua nova identidade como poetisa.

“Os jongueiros também são poetas. Eu não sabia disso até o evento. Falaram lá, e agora eu entendo. Somos poetas, porque a poesia é a voz poética dos remanescentes dos quilombos. Seu Gilson, nosso mestre, também é poeta. A poesia expressa sentimentos, pensamentos e estado de espírito, e o ponto do jongo traz tudo isso. Estou muito feliz por ter chegado até aqui, muito feliz por representar o meu lugar”, disse.

Além de “Saudação a Zumbi dos Palmares”, poesia cantada por ela no concurso, Dalma também recitou uma poesia inspirada na obra Menina Bonita do Laço de Fita, de Ana Maria Machado. Seu talento e a conexão com suas raízes foram notados por todos que presenciaram a apresentação.

Com uma trajetória marcada pela educação, ela já atuou como professora na Escola Municipal Felizarda Maria da Conceição Azevedo e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Há alguns anos, é diretora do Memorial do Quilombo Machadinha, e é uma das principais referências quilombolas em Quissamã.

“Aqui, a gente educa e ensina as crianças sobre o lugar onde vivem, utilizando os pontos de jongo escritos por eles e nossos antepassados. Agora, com a poesia, vou trabalhar também com as crianças, pois, sendo poetisa, posso enriquecer ainda mais o nosso aprendizado”, revelou Dalma que tem como compromisso diário de manter a cultura quilombola entre as crianças e jovens do Quilombo Machadinha e também entre os visitantes.

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