Uma manhã repleta de ensinamentos, uma viagem pelas tradições culturais africanas. Assim pode ser definida a segunda edição do Quissamã Festival de Capoeira, realizada, neste domingo (25), no Ginásio Poliesportivo Walth Miller Pessanha. O evento foi uma parceria da Afroart Brasil e Prefeitura, por meio da secretaria de Assistência Social.
Além de praticantes locais, o Festival reuniu capoeiristas de Campos dos Goytacazes, São Francisco de Itabapoana, Conceição de Macabu, Macaé, Rio das Ostras e Rio de Janeiro. O encontro foi aberto pelo grupo de jongo Tambores de Machadinha. Na sequência, houve a simulação da puxada de rede, que surgiu após o período da escravidão, quando os negros não acharam oportunidades de se encaixar no mercado de trabalho e procuraram seu sustento no mar, principalmente no recôncavo baiano.
Outro destaque foi a apresentação do maculelê, dança de forte expressão dramática, contagiante pela batida das grimas (bastões), ao ritmo dos atabaques e ao som de cânticos em dialetos africanos ou em linguagem popular, também uma característica do interior da Bahia. No passado, era destinado apenas a participantes do sexo masculino.
O ponto alto veio com a roda de capoeira e a troca de cordas para a equipe de Quissamã, treinada pelo Mestre Grande (Alcimar Figueiredo) e pelo professor Preto (Evandro Fernandes), da Afroart Brasil, que integram o trabalho desenvolvido pela secretaria de Assistência, por intermédio do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos dos Jovens. As aulas acontecem duas vezes por semana no CRAS I.
Durante o evento, a secretária municipal de Assistência Social, Tânia Regina Magalhães, e a subsecretária Rosane Barreto foram homenageadas pela Afroart, assim como os mestres que desenvolvem importante papel na preservação desta rica manifestação cultural. Estiveram ainda presentes os coordenadores especiais de Esporte e Juventude, Cássio Reis, e de Transporte, Fábio Castro.
Importância – A roda de capoeira foi registrada como bem cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2008, com base em inventário realizado nos estados da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, considerados berços desta expressão. E em novembro de 2014, recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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