Nesta quarta-feira (18), é comemorado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. A luta é uma antiga batalha dos trabalhadores da área, dos familiares, usuários e sociedade, contra o aprisionamento da loucura em instituições asilares. A secretaria de Saúde, por meio do programa de Saúde Mental, não poderia ficar de fora e realizou uma passeata na Rua do Comércio.
O evento contou com os usuários do CAPS – Centro de Atenção Psicossocial e outros programas da saúde, com o intuito de conscientizar a população sobre a importância dos direitos da pessoa com deficiência. Pessoas com transtornos mentais precisam ser incluídas, pois o melhor tratamento é dentro da sociedade, junto a família e em seu território.
Os assistidos pelo CAPS portavam cartazes pedindo a inclusão e gritavam: “Nem um passo atrás, manicômio nunca mais”. Nessa luta com os pacientes, estavam assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, acompanhantes terapêuticos, colaboradores administrativos e de serviços gerais, que convivem diariamente com eles, acompanhando suas lutas internas e externas.
No CAPS, atualmente, são assistidos 164 usuários, que realizam diversas oficinas terapêuticas e atendimentos especializados, como psicoterapia, atendimento médico e de enfermagem. Quanto as oficinas, além do suporte terapêutico, há também o viés da geração de renda, que proporciona aos pacientes independência, autonomia e dignidade com o trabalho desenvolvido por eles.
O programa funciona de forma integrada com toda rede pública, para quando necessário, proporcionar mais qualidade de vida e dignidade aos usuários. Eles recebem também o cuidado alimentar e higiênico, além do carinho e atenção que os colaboradores dedicam a cada um dos pacientes. Vale ressaltar que o Centro de Atenção Psicossocial fica aberto das 8h das 17h.
Historicamente, as pessoas com transtornos mentais eram segregadas e aprisionadas em instituições asilares, sem suporte terapêutico e com os vínculos sociais e familiares rompidos. Com a reforma psiquiátrica, foram surgindo Políticas Públicas de Saúde Mental que estão garantindo direitos as pessoas com transtornos de ordem psíquica e quebrando paradigmas, apoiada por instituições, sociedade, familiares e trabalhadores que atuam neste campo.
“No entanto, é preciso resistir e não permitir que os avanços não sofram retrocessos, pois há no cenário atual, uma tensão que assombram essas conquistas. Em Quissamã, a saúde mental é pauta constante nas discussões e a gestão municipal presta suporte integral. Portanto, é preciso que estejamos atentos à manutenção e preservação dos direitos duramente conquistados para esses pacientes que viviam em condições de reclusão, sem o direito a socialização e convívio familiar”, explicou Danilo Melchiades, coordenador do Programa de Saúde Mental.
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