Quissamã registrou um importante marco na educação quilombola com o encerramento, nesta quarta-feira (26), da primeira turma do Curso de Aperfeiçoamento em Educação Escolar Quilombola fruto de uma colaboração estratégica entre a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Diretoria de Políticas de Educação Étnico-Racial e Educação Escolar Quilombola (DIPERQ/SECADI/MEC), alinhado às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (DCNEEQ). A jornada formativa, que iniciou em fevereiro deste ano, culminou em um evento marcado pela tradição local.
A atividade de encerramento foi aberta com a tradicional feijoada, seguida pela vivência “Quintais de Cuidado” na comunidade quilombola de Machadinha reafirmando laços comunitários, e destacando a importância de integrar práticas ancestrais no contexto educacional contemporâneo. A entrega dos certificados foi realizada, no auditório da escola Felizarda, pela prefeita Fátima Pacheco e pela secretária de Educação, Helena Lima, aos 35 participantes – professores, coordenadores pedagógicos, gestores escolares e educadores das escolas Felizarda Maria e Maria Ilka.
“A cidade de Quissamã está comprometida com a educação quilombola, o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial, integrando a Rede de Cidades Antirracistas através do Pacto de Combate ao Racismo. Reforçamos nossas políticas para avançar cada vez mais em ações e atividades que abordem estes temas tão importantes”, frisou a prefeita.
Quissamã é o primeiro município do Norte Fluminense a aderir ao Curso de Aperfeiçoamento em Educação Escolar Quilombola pelo Ministério da Educação. A assinatura do convênio aconteceu em novembro de 2023, durante o evento do Dia da Consciência Negra em Machadinha.
“É muito bom acompanhar o início e o fechamento de um ciclo. Este encerramento não marca apenas o fim de um curso, mas sim o início de uma nova fase na educação quilombola de Quissamã, onde os aprendizados e as conquistas serão a base para futuros avanços na luta por uma educação verdadeiramente inclusiva e transformadora”, frisou Helena Lima.
A diretora comunitária de Machadinha, Janaína Pessanha, destacou que o curso enfatizou a relevância da relação entre a escola e a comunidade quilombola.
“Com este curso, a gente pode reforçar a importância das vivências, da história, da cultura e da luta da nossa comunidade. Foi uma experiência enriquecedora para os professores conhecerem as cinco comunidades quilombolas e a casa de farinha”, disse.
Com um currículo baseado na história e memória local, a escola atende 170 jovens em tempo integral, enfatizando valores como igualdade racial, antirracismo e preservação da tradição quilombola.
Desde sua implementação em 2017, a educação quilombola em Quissamã reforça a inclusão e a valorização cultural.
“A educação quilombola é uma parte integrante de nossa escola, fazendo parte de nosso cotidiano. Este curso é de extrema importância para nossa rotina educacional, e reconhecemos a importância da participação dos professores da Maria Ilka, pois eles estão atendendo nossos alunos em uma nova fase educacional deles”, disse o diretor administrativo Allan Alves ao lado da diretora pedagógica Adailza Longui.