Para evitar possíveis revoltas, os senhores de engenho da zona canavieira permitiam que os escravos cantassem e dançassem ao som dos tambores, nas senzalas. Mas, o que eles não sabiam era que aquela manifestação festiva e alegre cifrava críticas e zombarias aos escravocratas. Conhecida como Jongo ou Tambor a tradição é festejada oficialmente nas noites de 13 de maio, consagradas aos pretos velhos. Sua origem remonta à chegada dos escravos trazidos em nome da economia canavieira do estado do Rio de Janeiro.
Levado pela cantoria, o compasso da dança é marcado pelas batidas no caxambu, tambor de couro grave, e no candongueiro, tambor agudo e se caracteriza por ser uma forma expressão poética, musical e coreográfica. Durante a performance, faz-se se uma roda de dançarinos, em cujo centro vai um solista responsável por puxar os “pontos”, como são chamados os versos da dança, que são respondidos em coro pelos demais dançarinos. Em Quissamã, destaca-se o trabalho de Dalma dos Santos, coordenadora do Grupo Cultural Tambores de Machadinha, que mantêm vivo o costume dos antepassados e mobiliza a comunidade do Complexo Cultural Fazenda Machadinha. Além do 13 de maio o grupo também participa de algumas festividades do catolicismo popular, como as festas juninas e os dias de santos de devoção das comunidades.