Emoção foi a marca da apresentação da Orquestra Sinfônica Jovem Mariuccia Iacovino, nesta quarta-feira (17), em Quissamã. Realizado no Centro Cultural Sobradinho, o evento acendeu o espírito natalino e marcou o início das festas de final de ano. A apresentação abriu em grande estilo as atividades que fazem parte do calendário natalino, servindo de entrada para o extenso cardápio musical do próximo Verão, reunindo mais de 500 pessoas.
O concerto foi dividido em três partes: a primeira, música erudita, a segunda, música popular brasileira e a terceira, encerrando, os clássicos natalinos. Foram aproximadamente 80 minutos de muita emoção nesta retomada da arte com o público, contando com a participação da atriz Taiane Santos, responsável por breves esquetes interligando um ato e outro. O cantor Daniel Rangel, também se apresentou, interpretando algumas das canções mais conhecidas mundialmente, como o crossover “Con te partiró” e trechos de óperas.
Ao lado da secretária de Cultura e Lazer e do maestro Jony William Villela, a prefeita Fátima Pacheco abriu a apresentação, falando da importância da retomada dos eventos, tanto para o setor cultural, quanto para Quissamã. Fátima não escondeu a emoção, ao dizer que havia uma certa ansiedade, até aquele momento, com as novas medidas de flexibilização, o retorno gradual de todas as atividades e a possibilidade de as pessoas retornarem ao convívio, uns com os outros.
– Depois de um período tão longo de afastamento, é um privilégio estar aqui para acompanhar esse evento de abertura. É um orgulho muito grande poder proporcionar e presenciar esse momento que foi tão esperado por todos nós, afinal de contas, Quissamã é uma cidade de gente festeira, alegre e os trabalhadores desse setor merecem.
A secretária de Cultura e Lazer, Kitiely Freitas, lembrou da necessidade de suspensão dos eventos, em razão da pandemia. Kitiely falou ainda que o objetivo do espetáculo é a valorização da vida.
– A retomada dos eventos era o maior desejo de todos aqueles que atuam no setor cultural. Foi necessário suspender as atividades por conta da pandemia da Covid-19. Depois de muitas incertezas, o cenário começa a mudar e estamos muito felizes com mais essa conquista. É uma alegria enorme podermos proporcionar esse grande espetáculo para a população quissamaense. Trazer uma Orquestra renomada no mundo todo, torna a noite memorável.
No repertório, um “passeio” por diversas nacionalidades e estilos musicais, com releituras de canções consagradas mundialmente, música clássica, óperas e alguns dos maiores sucessos do cancioneiro popular brasileiro e outros estilos. Teve canções dos italianos Francesco Sartori e Gioachino Rossini, do americano Leonard Bernstein, óperas do francês Georges Bizet, clássicos do brasileiro Guerra Peixe, do compositor gospel americano Edwin Hawkins (autor de “Oh, happy day”), dos brasileiros Ary Barroso (Aquarela do Brasil), Tom Jobim e Vinícius de Moraes (Garota de Ipanema), o frevo mais famosos do Brasil, o “Frevo nº 1 do Vassourinhas”, da compositora negra Joana Batista Ramos e do maestro Matias da Rocha; “Asa branca”, de Luiz Gonzaga, e no encerramento, um pot-pourri de várias canções, como “Que nem jiló”, “Aquarela do Brasil”, “Cabeleira do Zezé” em ritmo de marchinha, mesclado com funk; “Noite feliz” e finalizando, a última parte do Hino Nacional Brasileiro.
A orquestra foi aplaudida de pé, enquanto fogos de artifício marcaram o encerramento da apresentação. Sem conseguir esconder a emoção, Samira Cristina, era uma, dentre as quase 500 pessoas que foram ao Centro Cultural Sobradinho, na noite de quarta-feira. Integrante da banda de fanfarra de Quissamã e do “Boi Renascer”, ela se disse surpresa com o espetáculo:
– Amo música, pois fala ao meu coração e tenho uma ligação muito forte com ela, pois toco na banda de fanfarra de Quissamã e tenho um bloco de carnaval, que é o “Boi Renascer”, o famoso “Boi Malhadinho”. Estou abismada com os músicos que também são performances. É difícil fazer tanta coisa ao mesmo tempo: tocar, dançar, interpretar, sem perder o fôlego, o ritmo, afirmou Samira. “Eles alegraram a minha noite”.
Fruto de de um projeto social, a Orquestra Jovem Mariuccia Iacovino, de Campos, é formada por 58 jovens, todos oriundos de comunidades em risco social. Entretanto, a música é um componente importante na vida de cada um deles, como o jovem Isac Sant’anna da Silva, de apenas 15 anos, que entrou na orquestra por acaso. Aos seis anos, quando ia ajudar o pai no trabalho, a corrente da bicicleta soltou e ele ouviu um violino ao fundo. “Sai correndo e entrei na escola. Quando vi, já estava matriculado e aprendendo Oboé. Mudei de instrumento e comecei a tocar clarineta. Essa grande família virou a minha vida de ponta-cabeça e sou muito feliz aqui. É maravilhoso levar esperança e alegria para as pessoas”, comentou Isaac.
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