Informação como ferramenta de prevenção e tratamento contra a Turbeculose. Este foi o objetivo da palestra ministrada na manhã desta quarta-feira, 22, pelo médico infectologista Marcus Vinícius Miranda, e pela equipe do Programa Municipal de Controle da Tuberculose no auditório da Prefeitura Municipal de Quissamã.
Com uma plateia composta por famílias acompanhadas pelo Centro de Referência da Assistência Social, Programa do Idoso e também pelos Agentes Comunitários de Saúde das Unidades de Saúde da Família (USFs), a atividade fez parte da programação da Campanha Municipal de Luta Contra a Tuberculose – Testar, tratar e vencer até o preconceito, que por sua vez, iniciou no dia 20 e segue até o dia 24 de março (Dia Mundial da Tuberculose), com as salas de esperas em todas as USFs e no Centro de Saúde Benedito Pinto das Chagas.
“Costumo dizer que a Tuberculose é uma doença democrática, pois ela não escolhe classe social. É uma doença de transmissão respiratória com um dos históricos mais antigos de contagio na humanidade, da qual os pulmões são os maiores infectados, podendo ainda afetar outros órgão como cérebro, coração, rins, ossos, ovários e testículos. Por isso o diagnóstico precoce é tão importante”, explicou o infectologista, Marcus Vinícius Miranda.
Durante a palestra, o público pode ouvir o relato de Ana Alice Barcelos, que teve tuberculose em 2015, tendo o exame de escarro e o tratamento disponibilizados de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “É importante falar sobre a Tuberculose especialmente por causa do preconceito, pois era vista como uma doença que acometia alcoólatras e boêmios. Quando eu fui diagnóstica, me peguei pensando por que comigo se eu era saudável. Porém todo o suporte e as orientações da equipe de saúde do nosso município foram fundamentais para que eu também me livrasse desse preconceito. O tratamento é simples, não tive nenhuma dificuldade de realizar e de alcançar a cura da Tuberculose”, revelou.
Já a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Tuberculose, Ruth Méia Nunes, agradeceu a participação de todos e reforçou a necessidade de buscar assistência médica em caso de suspeita da doença. “Quero agradecer a todos que estiveram aqui conosco e reforçar a importância do diagnóstico mais cedo possível da doença. Qualquer pessoa que apresentar tosse por três semanas ou mais pode procurar a unidade de saúde mais próxima e solicitar, sem agendamento, a realização de exame de escarro. A tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito”, reforçou Ruth.
A programação da Campanha Municipal de Luta Contra a Tuberculose segue nesta quinta-feira, 23, a partir das 9h30 com uma Atividade sobre a Tuberculose na Praça Mário Moreira da Silva (ao lado da Casa do Empreendedor) e às 14h, com os profissionais do Hospital Municipal Mariana Maria de Jesus que receberão a palestra do infectologista Marcus Vinícius Miranda.
O que é a Tuberculose?
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, da qual os pulmões são os maiores infectados, podendo atingir ainda outros órgãos. E de acordo com Organização Pan-americana de Saúde, ainda é uma das doenças que mais mata no mundo, afetando não só adultos, mas também os jovens.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse que persiste por três semanas ou mais. Todo paciente que estiver nesta condição deve procurar sua Unidade de Saúde da Família e solicitar o Exame de Escarro sem necessidade de marcação de consulta. Em caso de positivo, o mesmo passa a ser acompanhado pelo Programa Municipal de Controle da Tuberculose, tendo garantido o suporte medicamentoso e de consultas com o infectologista. Como se trata de uma doença infectocontagiosa, toda a família do paciente também passa a ser monitorada para tratamento preventivo contra a Tuberculose ou mesmo para tratar a doença, com o objetivo interromper a cadeia de transmissão.
De acordo com o Programa Municipal de Controle da Tuberculose, o município tem uma média de dez casos por ano com 100% cura e 0% de abandono. Além do acompanhamento e tratamento dos pacientes positivos para a Tuberculose, em 2022, dos pacientes que trataram tuberculose, 42 familiares foram acompanhadas no período, e desse montante, 20 pessoas foram medicadas preventivamente. A estratégia permite que estes pacientes não desenvolvam a doença. A equipe do programa conta com um médico infectologista, uma enfermeira, uma assistente social, uma técnica de enfermagem e uma psicóloga para apoio aos pacientes em tratamento.