Alunos da Escola Municipal Felizarda Maria Conceição de Azevedo viraram modelos em exposição fotográfica. O projeto “Lentes Quilombolas” foi idealizado durante um trabalho para a tradicional culminância no final do ano letivo na unidade. Nesta quarta-feira (23), a prefeita Fátima Pacheco recebeu os alunos e profissionais da escola no gabinete da Prefeitura. A exposição está disponível na sede da Prefeitura (Rua Conde de Araruama, 425 – Centro) e pode ser visitada de segunda a quinta-feira, de 8h às 11h30 e 13h30 às 17h; e sexta-feira, de 8h ao meio-dia.
A Escola Felizarda tem uma educação que valoriza a cultura local para conscientizar os alunos sobre a comunidade quilombola. Nas fotografias, os estudantes aparecem com rostos e corpos pintados com pinturas afro, roupas tradicionais e foram realizadas em pontos históricos do Complexo Histórico Cultural Fazenda Machadinha. O jongo e a capoeira também tiveram destaque.
“Ficou lindo, um resultado maravilhoso. Machadinha tem uma riqueza extraordinária não somente sobre a história de Quissamã, mas da história do Brasil. E isso o que os alunos aprendem na escola é para rompermos o racismo. É um trabalho transformador, somado a uma educação de qualidade. Esses jovens moram em uma cidade que são o que quiserem e não vai faltar escola e faculdade para isso”, destacou a prefeita Fátima Pacheco.
A exposição foi idealizada pelo fotógrafo e professor de história, matemática e geografia do 5º ano do Ensino Fundamental, Marcos Paulo Trindade, e contou com a participação de 34 alunos, do 4º e 5º ano. É o segundo trabalho de fotografia realizado com a turma, mas a exposição acontece de forma pioneira. No início do ano, foi realizado um projeto voltado para o “Sítio do Pica-Pau Amarelo”.
“No projeto no início do ano sobre a história do Monteiro Lobato, invertemos a narrativa, com personagens negros, e fizemos um livro virtual com as fotos. Esse segundo trabalho faz parte de uma oficina que durante todo ano trabalha as questões raciais. Na culminância de novembro, cada professor escolheu um trabalho para expor, e como sou fotógrafo escolhi fazer as imagens com a temática quilombola e africana”, disse Marcos Paulo Trindade.
Além de valorizar a cultura local e fortalecer a convivência dos alunos, a atividade chama atenção para um tema bastante abordado na escola, o racismo. “Com esse projeto, foi evidenciado a verdade, a beleza das crianças, e chamar atenção para a questão do preconceito racial. A culminância da educação quilombola faz parte do projeto anual da escola, com nossa oficina chamada “Nossa história”, que aborda a cultura e resistência durante todo ano”, comentou o diretor Allan Alves.